Marrocos – Parte I

Mar
2013
05

colocado por em Eventos

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A minha vontade de conhecer Marrocos tornou-se mais intensa após o visionamento do filme Babel. Não porque o filme mostre paisagens paradisíacas ou cidades com glamour, mas porque me tocou e me deixou a pensar. É sobretudo um filme sobre preconceitos. Muito forte. Muito tocante.
Passado algum tempo surgiu a oportunidade, há muito esperada, de finalmente fazer uma expedição TT a Marrocos.
Desde a 1ª hora a CEVADAS esteve presente na ajuda logística de tudo o que necessitávamos à aventura. Preparámos cuidadosamente o nosso Land Rover Discovery, que tão bem nos acompanhou nesta aventura. Colocámos uma tenda confortável em cima do tejadilho (recomendo vivamente); colocamos gavetas na parte traseira do carro; trocamos os pneus; instalámos um rádio CB e toda uma parafernália de coisas e coisinhas que a minha parca cultura mecânica automóvel não me permite elencar.
E depois a mística das latas e latinhas, de atum, de salsichas, de feijão, de grão, de muito grão minha gente muito, de muito grão…Não poderíamos correr o risco de “morrer” à fome por aquelas paragens…
Foram muitos meses de preparação cuidadosa para que não nos faltasse mesmo nada à aventura!
Claro que o nosso trabalho foi ínfimo quando comparado com o trabalho que teve o verdadeiro mentor do projeto, Sr. Gilberto Figueiredo, que cuidadosamente traçou tracks e percursos com recurso a blogs de outros aventureiros e companheiros de viagem…digamos que para cada trajeto havia sempre o plano A, o plano B e ainda o plano C.
Da parte da CEVADAS houve também um grande esforço de recolher material escolar e outro, para posterior entrega às crianças do Sul de Marrocos. Muitos fornecedores aderiram calorosamente. Um bem haja para todos eles!
Chegou finalmente o tão desejado dia 27 de Setembro de 2012. A nossa comitiva de oito jipes partiu rumo a Sul…
Alguns já eram repetentes, outros, como nós completamente virgens nestas andanças por Terras Africanas.
Algeciras era o nosso primeiro destino. O enorme barco que nos haveria de transportar até Solo Africano uma novidade para a maioria do grupo.
Do outro lado esperava-nos o Porto de Tanger Med. Imponente. A força do Capital Árabe e do querer Fazer e Ser diante dos nossos olhos.
Contudo a Primavera Árabe terá resfriado um pouco este projeto tão ambicioso.
O trajeto até Chefchaouen foi bastante doloroso para todos nós.
Estávamos todos muitos cansados, foram muitas horas sem dormir, tínhamos partido de Portugal à meia noite sem qualquer hora de sono.
Era final da tarde e queríamos muito ir dormir a esta localidade.
Tínhamos boas referências do local e representava um avanço significativo da viagem.
Na estrada de Tanger a  Chefchaouen estava bem patente a destruição provocada pelos camiões e outras máquinas que seguramente há muito tempo contribuíam para a mega construção do Grande Porto de Tanger.
O trânsito é caótico, a falta de iluminação pública aflitiva, a relação carro/peão assustadoramente perigosa.
Um corpo já cadáver estava no meio da estrada, tapado por um cobertor.
Centenas de pessoas contemplavam a situação. Seria homem, uma mulher, uma criança? Não sabemos, não quisemos saber!
Seria um “welcome” que não queríamos ter tido, seguramente!
Apressadamente saímos daquele cenário Dantesco.
Finalmente Chefchaouen. Primeira paragem, primeira noite. Chovia Imenso. Local muito aprazível e que merece uma visita com mais tempo.

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